10.9.10















Neste momento tenho a certeza que é isto que tu pensas.

7.9.10

e a tese? quem a faz?

aperto no peito.

enjoo.

perda de apetite.

cabeça pesada.

falta de ar seguida de um calor súbito.

O somatório de todas estas variáveis é igual a algo que não sei descrever mas que tem o vulgar nome de dor .


6.9.10

dor - quando bateste a minha porta de casa -6 de Set 2010

Nunca ninguém me tinha dito que a dor se assemelhava tanto ao medo. Não que esteja assustado, mas a sensação é a de estar assustado. A mesma ânsia no estômago, o mesmo desassossego, os bocejos. Não paro de engolir em seco.

Noutras alturas é mais como estar ligeiramente ébrio ou ter sofrido uma pancada na cabeça. Há uma espécie de pano invisível entre mim e o mundo. Sinto dificuldade em compreender o que me dizem. Ou talvez dificuldade em desejar compreender.

É tudo tão desinteressante. E no entanto, quero ter pessoas à minha volta. Temo os momentos em que a casa fica vazia. Se ao menos falassem uns com os outros e não comigo.

Há momentos em que, ah!, tão inesperadamente!, algo dentro de mim tenta convencer-me de que, afinal, não sinto assim tanto, não tanto como isso. O amor não é tudo na vida de um homem. Eu era feliz antes de ter conhecido H. Sou uma dessas pessoas que têm muito “a que se agarrar”. Estas coisas acabam por passar. Vá lá, não pode ser assim tão mau. Envergonha-nos darmos ouvidos a esta voz mas, por um momento, parece estar a sair-se bem. E depois é a súbita punhalada do ferro em brasa da memória e todo esse “bom senso” se desfaz em nada como uma formiga na boca de um forno.

No ressalto passamos às lágrimas e ao patético. O sentimentalismo das lágrimas. Quase lhes prefiro os momentos de agonia. Pelo menos esses são límpidos e honestos. Mas o banho de autocomiseração, esse lamaçal, o repugnante prazer, pegajoso e adocicado, de lhe ceder — desgosta—me.

C.S.Lewis

9.8.10

«E ficam-me, sempre, estas saudades lacónicas do amor que não se fez e do bem que, apesar de tudo, se quis.»

4.6.10

as palavras que não quero voltar a ouvir


« No que eu me tornei. No que eu me tornei. No que eu... [ergue a cabeça e olha-se ao espelho] Eu era tão bonito. »



até que ponto as batidas rítmicas do coração podem vencer a vontade de morrer
?

31.5.10

e depois de todo este tempo,
nunca A fui visitar.

tenho muito medo de não A saber
encontrar.

medo de não chorar, medo de não saber o que lhe dizer, medo de não sofrer, medo de estar vazia, medo de estar apática, medo de já não me reconhecer. e por outro lado,
medo de dar parte fraca, medo de me agarrar à terra e chorar, medo de querer os seus beijos, medo de não voltar a amar assim, medo de pensar que nunca a mais vou encontrar.


vou perder a casa da minha infância
vou perder a Sofia que brincava com carrinhos na terra
o sorriso de brilho nos olhos vai ficar atado
à casa da minha infância.


27.3.10

hoje,

O que há em mim é sobretudo cansaço -
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente;
Tudo isso faz um cansaço, Este cansaço,
Cansaço.
(...)
Álvaro de Campos

22.1.10

Ontem

decidi que não ia acreditar em mais mentiras
hoje não será o jantar da cabra cega
voltei a beber um copo de vinho tinto ao lanche
um hábito assim deveria ser re pensado
pode-se tornar num novo amor

21.1.10

Ontem

apaguei todas as tuas mensagens
e sem mais alento
deitei-me ás 21h
bebi um copo de vinho tinto ao lanche

20.1.10

vazio

peguei no carro e voei pela cidade
não sei se pela ânsia de fumar um cigarro após outro
ou pela vontade incontrolável de encontrar o teu carro
entretanto
voltei de ombros caídos.
eu tenho monomania

19.1.10

Crónicas da cenoura em crise

A evolução das relações amorosas anda a par da revolução electrónica.
Antigamente as pessoas tinham um único canal de televisão, esta era enorme e pesada e permanecia sempre no mesmo sítio, o rádio riscava os discos enquanto gritava os slows que dançavamos com uma única pessoa. As coisas eram vividas no momento, com a pessoa do momento, sem ligações instantâneas a prazeres alheios.
As traições eram cometidas com amor.
Escreviamos cartas deliberadamente traiçoeiras, caminhavamos até ao marco do correio, sem música nos ouvidos, sem distracções visuais, nas mãos tinhamos apenas a carta e a decisão do nosso acto. Ter uma amante seria nesses tempos uma arte de amar.
Hoje o conceito é ter um telemovel em cada mão, os ouvidos cheios de música, a internet anda atrás de nós, criamos uma conta no facebook, no hi5, no orkut, no gaydar, no hotmail, no gmail, no sapo.pt. É dificil duas pessoas que se amam acompanhar todos estes ciclos, em todo o lado as pessoas fazem marketing para se vender 'como a melhor pessoa', é dificil combater os fantasmas dos outros e os nossos, são muitos fios condutores. É dificil, sabes?
Já ninguém se satisfaz com uma cara metade, este conceito piroso já não existe. Nós para sermos felizes e completos, temos que ter a pessoa que nos sobe o ego no chat y, a pessoa que nos dá beijos no bar w, a pessoa z que usamos para desabafar e para manter estável a nossa caminhada e ainda o sujeito x que nos ocupa os tempos livres, entre mensagens e cafés.
Um típico relacionamento, será:
Enquanto degustas um chã de camomila com a cabra amarela, envias sms's à burra verde prometendo que a amas, que só tens olhos para ela e que não te importas com a vaca vermelha, nunca esquecendo porém de ao mesmo tempo via facebook perguntar à vaca vermelha se namora ou não, porque mais uns beijos no bar dos bois azuis seria agradável.
O jogo está lançado e nunca será assumido, nem pelas mentes mais sábias e orgulhosas, porque dá sempre muito jeito manter o bolso repleto de animais aptos a colocar em linha de jogo.
Vai daí,
sou uma rapariga às antigas.

18.1.10

18 de Janeiro

Este dia tem sabor a Um Ano de nada.

17.1.10

é domingo,


e eu preciso tanto de lavar os dentes.

6.1.10

lies

'se até agora já existiu música da minha vida... foi esta'